Espero a morte a cada dia que passa
Desfaço do sono, para não acordar de outro pesadelo
Troco a refeição, por outra dose
O ar puro lá fora por outro trago
A vontade de viver em troca da morte
E no corpo seco, outro troféu
Nódoa rubra, lambuza o pálido
A tosse do Mal do Século
É apenas a previsão do que resta
A fraqueza, possui cada célula
Respirar já é algo tão difícil como sorrir
Aguardar o peso sobre os olhos
O toque sutil do falecimento entre os dedos
O beijo frio e amargo
E sentir o último pulsar
Na carcaça que aprisionou a alma...
Rel.