segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Meia noite! Acorde! Acorde criança
Vamos...Desperte...O espetáculo é agora
O mundo dorme,
O mundo transa,
O mundo morre...
Nas ruelas escuras caminharemos
O muro da privação da Casa dos Mortos
Iremos pular...

Reunião desvairada de mortos
Pairar,
Acender um cigarro para aquecer o peito vivo
Embriagar-se para gargalhar
Pois tú- pura criança - mereces sorrir

Veja!
Flores mortas sempre tem o aspecto de belo
O seu cheiro pútrido mantém viva
A lembrança de quem já partiu

Vês! Esse é o único lugar em que os vivos
Temem em vir...
Por isso, o abandono e o esquecimento
Não que isso seja trágico
Pelo contrário...
É o lugar mais sensível e belo
Em que pode-se ser bem vindo...

Rel
Sobre a caixa, o órgão podre
Poesia é o mofo do lugarejo mais escuro
Que agarra cada cm³
Um grito tão afobado
Um sussurro, roubado pelo vento
Tombado na cripta errada...

Uma gota, que ensopa o breu
O silêncio é a corda da forca sufocando
O trago, vem gelado como a morte
As cinzas, o preludio do esquecimento

A valsa sobre o mármore é inevitável
O Pólen morto, aspira-te
Dispersa-te  dessa casca
E volte para casa...

Rel.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O pranto tomba ao líquido dos poetas
O silêncio vocifera vorazmente
A alma- morta- bate agoniada em seu túmulo
Os vivos morrem
E  os mortos vivem

A rigidez é inevitável
O sono é confortável
O pesar no corpo
É doce como o fel

A navalha é o arco na garganta
O som da carne cortada
É o espetáculo para morte
Convidada de honra
Nesta última noite...
Os raios de Sol, espreitam as brechas
Apunhalam o breu gelado
O furor do mofo, envolve a atmosfera
Que nas sombras, esconde-se a fera

Negrume, enterra-te os soluços
Lança-te ao penhasco de teus medos
Pairar em meio a queda profunda
Acenda, acenda e trague...

Esconda-se, o nascer vem alado
Bombardeio de luz que não brilha
Ofusca,
Teme em apagar-se
No próximo beijo do vento
Onde a morte vem montada
Pronta para ceifar...