Das minhas inúmeras adegas,uma tinha atenção a mais
A adega do silêncio.
Esta adega,destacava-se pelo vácuo que ela proporcionava
O seu cheiro de velha,o aspecto assombroso que ela tinha,encantava-me.
O frio de todos os dias,em cada uma das garrafas estava arrolhado
A tristeza e o esquecimento,eram mais do que simplesmente pó
As lágrimas,exalam ainda mais o cheiro do meu vazio
As palavras ao rótulo,apagavam-se assim como minha voz,diante todo esse tempo
O réquiem de meus prantos,foi a peça que nunca cansei em assistir
O palco vazio de minha mente doentia,foi o espetáculo que cortava-me o sorriso
O nojo que sentia e que ainda sinto por esse mundo
Ainda arranca o muco de meu peito.
Os calafrios,de todas as madrugadas,era o casaco do inverno
A cela de meu leito,era a cripta para a morte
Esperar dia após dia,a visita alada
Era algo tão passivo e árduo
Tocar o forro de meu caixão,foi algo que sempre sonhei e desejei
De ficar imóvel,servindo de alimento aos vermes
Foi a ternura mais infinita que senti
Enquanto,lacrimejava no esquecimento.
Rel.
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