Em meus momentos mais íntimos,questiono-me: O que dizer para a morte quando ela agraciar-me com sua ilustre presença? Deveras Eu assustar-me? Beijá-la? Suplicar por mais um suspiro,seja qual for ele? Implorar por mais outro trago? Ou oferecer uma dose de chá ou de bebida? Ou então tirá-la para uma dança tão insana enquanto a vela ainda queima? Confesso que não sei como agir e nem quando.Talvez se começasse pelos pecados que cometi aos olhos remelados do mundo entrópico,regados aos seus dogmas e preceitos.Confessar,seria algo tão falso comparado ao que tantos outros seguem em suas gaiolas racionais...Esperar o último pulsar,não apenas passou em minha mente tão doente,talvez também passou pela sua também,que embora seja doente ou não em algum dia já desejou que a morte viesse tão alada,quanto aos Arcanjos Celestiais.
Esperar a coroa murcha de flores,para assim agregar o odor pútrico,dos cemitérios em que bailei e embriaguei-me enquanto vociferava aos túmulos,minhas poesias que ao vento eram cantadas...Na esperança que os mortos,ouvissem os meus Ais e saíssem de suas cobertas de mármore ou de concreto,resguardados a poeira do esquecimento dos que acham que vivem.
Aguardar a Lua e as estrelas perderem o brilho que recebem do Sol,foi algo tão mórbido quanto as adegas da amnésia dos falsos e verdadeiros amigos,e como já dizia um sábio e querido poeta: "Falsos amigos,dispenso a vossa inveja..." Ceifar as rosas,para vê-las caírem a porta do caixão,sempre era algo que agradava-me,do contraste gritante do pálido com a infinita ternura colossal dos espinhos.
O silêncio já não agradava mais,o vazio tão pouco...Molhar a guela com um pouco mais,com o mais vagabundo dos vinhos,afagar a caneta e escrever outro conto que será esquecido como tudo,tragar o último cigarro como o prazer de uma exaustiva transa mental...E preparar-se assim para o sono tão eterno...
Rel 04/05/2012.
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