"Deixo a inspiração entrar, para levar-me para tão longe e desvanear, para assim ser outro poeta, enfim..."
Das formas mais comuns de expressar a tristeza,
resolvi por a minha em uma pequena caixa de música. E dentro da mesma,
iam minha tristeza, uma bailarina, o último lápis que usara para
escrever os meus momentos de fartura e de miséria poética. O seu som era
tão triste, que inúmeras vezes murchou as rosas que enfeitavam o que eu
chamava de lar, arrancou o grito da coruja que tão longe estava, embora
assim conseguiu ouvir...
E em um noite, tão escura, fria e
chuvosa sai ao encontro do nada em disparada, pois ao longe algo
chamava-me, e desde então as únicas vontades era de sair a procura e
levar a tão caixa de música. Os relâmpagos cortavam o breu, o vento
bailava entre os galhos, arrancando as pétalas das flores. E diante um
momento, enquanto levava a caixa agarrado contra meu tórax, a corda
deu-se sozinha e sem entender, procurei abrigo para ver o que havia
acontecido, e no ato de abrir caixa, a chuva que era tão tormentosa, em
garoa logo transformava-se e assim a bailarina e a caixa logo paravam, e
então voltei a caminhar para o desconhecido mas dessa vez com passos
curtos.
Sem saber a noção do tempo, as horas agiram como segundos
cronometrados e embora estivesse distante de minha morada continuava a
caminhar sem pestanejar em frente. Uma ventania de uma hora para outra
brotou no caminho, um frio tão estranho quanto noite, arrancou de cada
poro meu, o calafrio que estremeceu a minh'alma
por completo, e outra vez, a caixa começava a dar corda por si própria e
então, em um salto igualado a de uma besta atrás da presa, abriu e
junto, a bailarina dançava espantando assim aquela ventania tão
agoniada.E ao andar mais um pouco, avistava o santuário dos mortos
esquecidos, e então adentrei e túmulo por túmulo caminhava, e mesmo
sendo um frequentador par daquele local, ia ao encontro mais ao longe,
onde não tinha costume de beber e nem poetizar, aproximando de um único
túmulo esquecido no vazio dos que gozam da vida. Em sua laje sepulcral a
fotografia de uma bela moça, seu nome o tempo encarregou-se de apagar,
as únicas informações legíveis era a data de seu nascimento 13 de Março
de 1895 a de falecimento 09 de Abril de 1917 e uma frase : "Se um dia,
sentir saudades e lembrares de mim, é porque no passado fui um pedaço da
sua felicidade. E quando se ouve boa música fica-se com saudade de algo
que nunca se teve e nunca se terá. " E naquele instante, um vazio
cortava meu peito, que embora estivesse acostumado a sensação, dessa vez
arrancou o grito mais triste de minhas entranhas, outra vez a bailarina
voltou-se para fora e tornou a girar, ao ficar encantado notei que o
rosto da bailarina era o mesmo ao da jovem ali sepultada. Confuso voltei
para meu leito, com o sentimento da perda que de tão profundo,
permaneceu em minha mente e corpo, trazendo-me a insônia mais pesada de
toda minha vida, desbotando o meu extinto sorriso...
E esse
sentimento forte quanto a morte, acompanha-me graciosamente até hoje, e
mesmo o tempo castigando meu corpo, ainda reúno forças para sempre levar
nem que seja ao menos uma rosa, para tal moça, e ela me retribui com o
som da caixinha de música que ainda resiste em tocar...
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Voe para o longe!
Voe! Voe para o longe!
Pois lá a tristeza brota
Embriague-se com a maldita
Ceife os dias algozes
E deleite sobre os mortais restos
De tua fantasia...
Voe! Voe para o longe!
E é lá que se deve morrer amanhã
Bata as cinzas de teu sorriso
Enterre tuas vestes com as mentiras
Apague as palavras que ontem, ecoou na mente
Voe! Voe para o longe!
Não temas! Não temas!
Os gritos, acolá são tão mudos
Quanto o oco de tua carcaça...
Voe! Voe para o longe!
Baile sobre teus escombros
Sobre sentimento estirado
A loucura, é mera semelhança quanto a razão
Febril são as criaturas, enquanto puras
São imunes ao pecado da vida
Voe! Voe para o longe!
Ao nascer do eclipse, será imune
Ao sabor amargo do abandono
A entropia, que vive a vida
Turva a epilepsia, que sente a necessidade
De sair da jaula carnal...
Voe! Voe para o longe!
E engarrafe o que luta em dizer.
Rel de Lima 15/06/2012
Pois lá a tristeza brota
Embriague-se com a maldita
Ceife os dias algozes
E deleite sobre os mortais restos
De tua fantasia...
Voe! Voe para o longe!
E é lá que se deve morrer amanhã
Bata as cinzas de teu sorriso
Enterre tuas vestes com as mentiras
Apague as palavras que ontem, ecoou na mente
Voe! Voe para o longe!
Não temas! Não temas!
Os gritos, acolá são tão mudos
Quanto o oco de tua carcaça...
Voe! Voe para o longe!
Baile sobre teus escombros
Sobre sentimento estirado
A loucura, é mera semelhança quanto a razão
Febril são as criaturas, enquanto puras
São imunes ao pecado da vida
Voe! Voe para o longe!
Ao nascer do eclipse, será imune
Ao sabor amargo do abandono
A entropia, que vive a vida
Turva a epilepsia, que sente a necessidade
De sair da jaula carnal...
Voe! Voe para o longe!
E engarrafe o que luta em dizer.
Rel de Lima 15/06/2012
Se meu peito, onde deleito os espinhos
Voltasse a morrer, voltaria a sentir o fel
Que um dia brotou nos dias frios
Esperando os dias morrerem no céu
Secar o ais, que pairam no meu leito
Sobre o que deverá ser desfeito
Pois a solidão vestiu sombra da dor
Que a vela suplicava em refletir
Se no sonho, ainda ali resta
O conto acabou, junto com a festa
Sobrou o grito entalado na fresta
Enforca-te aos passos do teu clamor
Lembre-se do vazio dos dias
Que aos poucos, ceifará a vida.
Rel 15/05/2012
Voltasse a morrer, voltaria a sentir o fel
Que um dia brotou nos dias frios
Esperando os dias morrerem no céu
Secar o ais, que pairam no meu leito
Sobre o que deverá ser desfeito
Pois a solidão vestiu sombra da dor
Que a vela suplicava em refletir
Se no sonho, ainda ali resta
O conto acabou, junto com a festa
Sobrou o grito entalado na fresta
Enforca-te aos passos do teu clamor
Lembre-se do vazio dos dias
Que aos poucos, ceifará a vida.
Rel 15/05/2012
Outro alvorecer reaparece
Os meus olhos -intactos- não foram beijados pelo sono
E em volta,o poço escuro
Apara os prantos meus
A presença da morte,
Balança as mortas flores
Paralisa minha mente
Despenca o choro doente
E de demente,o mundo lá fora graceja
Se não fosse pelo crânio sobre a mesa
Outro soluço meu
Seria sepultado junto com medo...
Rel 15/05/2012
Os meus olhos -intactos- não foram beijados pelo sono
E em volta,o poço escuro
Apara os prantos meus
A presença da morte,
Balança as mortas flores
Paralisa minha mente
Despenca o choro doente
E de demente,o mundo lá fora graceja
Se não fosse pelo crânio sobre a mesa
Outro soluço meu
Seria sepultado junto com medo...
Rel 15/05/2012
Mal do século
Mal do século
Um poeta cantor já disse:
- "O Mal do Século é a solidão, cada um de nós imersos em sua própria
arrogância esperando por um pouco de afeição..."
Solidão da noite
Do dia
Da madrugada
Solidão da tarde
Dos quartos
Das esquinas
Solidão da vida
Do destino
Da alma em abismo
Vazia esperando
Pelos beijos que não vieram
Pelos braços que não se abraçaram
Pela morte que ainda vem
Solidão do poeta
Dos poemas
Das musas
Do silêncio
Da agitação
Solidão do mundo
Do fundo do poço
Do jovem moço
Do velho arcaico
Do período Jurássico
Do racismo em chamas
Solidão da arrogância
Da fama
Do anonimato
Solidão de fato
Do sexo solitário
Das leis duras
Do rebelde arbitrário
Solidão do som
Da ausência de amor
Do rancor
Do perfil da lama
Solidão de tudo
Do homem mudo
Do cego que vagueia
Da mulher que não lhe tolera
Assim...
Solidão demais
Solidão que atrai
Do nada que trai
Apenas solidão demais
Esse mal
Essa tal de solidão
Que vem
Que vai
Que fica
Que mortifica
Solidão demais
Estamos sozinhos
Pássaros sem ninho
Trancados em mundinhos
Esperando que a solidão se vá
Que a dor não seja má
Que o ontem seja hoje
Que o hoje seja o amanhã
E o futuro seja apenas solidão
Solidão do dogma
Da prisão da mente
Solidão que de repente
Faz-se ausente
E apenas por um instante
Por um mísero instante
Faz-me chorar
Paulo Nieri
Um poeta cantor já disse:
- "O Mal do Século é a solidão, cada um de nós imersos em sua própria
arrogância esperando por um pouco de afeição..."
Solidão da noite
Do dia
Da madrugada
Solidão da tarde
Dos quartos
Das esquinas
Solidão da vida
Do destino
Da alma em abismo
Vazia esperando
Pelos beijos que não vieram
Pelos braços que não se abraçaram
Pela morte que ainda vem
Solidão do poeta
Dos poemas
Das musas
Do silêncio
Da agitação
Solidão do mundo
Do fundo do poço
Do jovem moço
Do velho arcaico
Do período Jurássico
Do racismo em chamas
Solidão da arrogância
Da fama
Do anonimato
Solidão de fato
Do sexo solitário
Das leis duras
Do rebelde arbitrário
Solidão do som
Da ausência de amor
Do rancor
Do perfil da lama
Solidão de tudo
Do homem mudo
Do cego que vagueia
Da mulher que não lhe tolera
Assim...
Solidão demais
Solidão que atrai
Do nada que trai
Apenas solidão demais
Esse mal
Essa tal de solidão
Que vem
Que vai
Que fica
Que mortifica
Solidão demais
Estamos sozinhos
Pássaros sem ninho
Trancados em mundinhos
Esperando que a solidão se vá
Que a dor não seja má
Que o ontem seja hoje
Que o hoje seja o amanhã
E o futuro seja apenas solidão
Solidão do dogma
Da prisão da mente
Solidão que de repente
Faz-se ausente
E apenas por um instante
Por um mísero instante
Faz-me chorar
Paulo Nieri
domingo, 10 de junho de 2012
O morcego
Meia -noite.No meu quarto me recolho.
Meu Deus!E este morcego!E,agora,vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
-Digo.Ergo-me a tremer.Fecho o ferrolho
E olho o teto.E vejo ainda,igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau.Esforços faço.Chego
A tocá-lo.Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente a faça,à noite,ela entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
Augusto dos Anjos.
Meu Deus!E este morcego!E,agora,vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
-Digo.Ergo-me a tremer.Fecho o ferrolho
E olho o teto.E vejo ainda,igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau.Esforços faço.Chego
A tocá-lo.Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente a faça,à noite,ela entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
Augusto dos Anjos.
Um sonho no sonho
Este beijo em tua fronte deponho!
Vou partir. E bem pode, quem parte,
francamente aqui vir confessar-te
que bastante razão tinhas, quando
comparaste meus dias a um sonho.
Se a esperança se vai, esvoaçando,
que me importa se é noite ou se é dia...
ente real ou visão fugidia?
De maneira qualquer fugiria.
O que vejo, o que sou ou suponho
não é mais do que um sonho.
Fico em meio ao clamor, que se alteia
de uma praia, que a vaga tortura.
Minha mão grãos de areia segura
com bem força, que é de ouro essa areia.
São tão poucos! Mas fogem-me, pelos
dedos, para a profunda água escura.
Os meus olhos se inundam de pranto.
Oh! meu Deus! E não posso retê-los,
se os aperto na mão, tanto e tanto?
Ah! meu Deus! E não posso salvar
um ao menos da fúria do mar?
O que vejo, o que sou ou suponho
será apenas um sonho num sonho?
Edgar Allan Poe.
Lembranças de morrer
“...Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas.
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei. que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores.
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo.
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida...”
Alveres de Azevedo
Do deserto, o poento caminheiro,
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas.
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei. que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores.
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo.
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida...”
Alveres de Azevedo
Borboleta
Acordei,com algo batendo asas
Pousou sobre o crânio na mesa
Comeu o pólen morto da rosa seca
Rodeou o meu leito
Suas asas,um luto destacado
Destacava-se no canto do quarto
Assustado com a visão turva
Imóvel,ficava ao encanto
-Turva borboleta,profanadora de tumbas!
A tua presença assusta-me e encanta-me
Baile pelas paredes de minha cela
Destrua minha insônia
Traga-me o pó de Morfeu
e a pureza dos arcanjos.
Rel 05/06/2012
06/06/2012
Pousou sobre o crânio na mesa
Comeu o pólen morto da rosa seca
Rodeou o meu leito
Suas asas,um luto destacado
Destacava-se no canto do quarto
Assustado com a visão turva
Imóvel,ficava ao encanto
-Turva borboleta,profanadora de tumbas!
A tua presença assusta-me e encanta-me
Baile pelas paredes de minha cela
Destrua minha insônia
Traga-me o pó de Morfeu
e a pureza dos arcanjos.
Rel 05/06/2012
06/06/2012
Acrobata da Dor
Gargalha,ri,num riso de tormenta,
Como um palhaço,que desengonçado
Nervoso,ri,num riso absurdo,inflado
De uma ironia e de uma dor violenta
Da gargalhada atroz,sanguinolenta,
Agita os guizos,e convulsionado
Salta,gavroche,salta clown,varado
Pelo estertor dessa agonia lenta...
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos!Retesa os músculos,retesa
Nessas macabras piruetas d'aço...
E embora caias sobre o chão,fremente
Afogado em teu sangue estuoso e quente,
Ri!Coração tristíssimo palhaço.
Cruz e Sousa.
Como um palhaço,que desengonçado
Nervoso,ri,num riso absurdo,inflado
De uma ironia e de uma dor violenta
Da gargalhada atroz,sanguinolenta,
Agita os guizos,e convulsionado
Salta,gavroche,salta clown,varado
Pelo estertor dessa agonia lenta...
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos!Retesa os músculos,retesa
Nessas macabras piruetas d'aço...
E embora caias sobre o chão,fremente
Afogado em teu sangue estuoso e quente,
Ri!Coração tristíssimo palhaço.
Cruz e Sousa.
A insônia evadiu-se do meu quarto
O medo trouxe-me outra taça
A embriaguez,exalou-se pelos meus poros
O grito de mais cedo
Enforcou-se junto com o vazio
O odor do vinho,fundiu-se ao rubro
A chuva encontrou os meus prantos
A fumaça de outro trago
Acariciou-me o rosto
Faleceu junto com o cigarro no fundo do cinzeiro
Tumba esta,amante da nicotina
Assim como meu pulmão
Atrás de outro trago.
Rel 06/06/2012
O medo trouxe-me outra taça
A embriaguez,exalou-se pelos meus poros
O grito de mais cedo
Enforcou-se junto com o vazio
O odor do vinho,fundiu-se ao rubro
A chuva encontrou os meus prantos
A fumaça de outro trago
Acariciou-me o rosto
Faleceu junto com o cigarro no fundo do cinzeiro
Tumba esta,amante da nicotina
Assim como meu pulmão
Atrás de outro trago.
Rel 06/06/2012
Desacompanhado
Desta vez o etílico não fez companhia
Um copo de café e um maço de cigarro
Para assim,corroer o tempo
Do azul para o gris,o céu travestiu-se
E lá fora os pássaros voltaram a falecer
O vento dança com este silêncio
Que aqui encobre meus aposentos
E no meu caderno,outras mais...
Poesias,que irão perder-se
Ao tempo confuso,de outro dia.
Rel 29/05/2012.
Um copo de café e um maço de cigarro
Para assim,corroer o tempo
Do azul para o gris,o céu travestiu-se
E lá fora os pássaros voltaram a falecer
O vento dança com este silêncio
Que aqui encobre meus aposentos
E no meu caderno,outras mais...
Poesias,que irão perder-se
Ao tempo confuso,de outro dia.
Rel 29/05/2012.
Cárcere das almas
Ah! Toda alma num cárcere anda presa
Soluçando nas trevas,entre as grades
Do calabouço olhando imensidades
Mares,estrelas,tardes,natureza
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e,sonhando,as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza
Ó almas presas,mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas
Da Dor no calabouço,atroz,funéreo!
Nesses silêncios,solitários, graves
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do Mistério?!
Cruz e Sousa.
Soluçando nas trevas,entre as grades
Do calabouço olhando imensidades
Mares,estrelas,tardes,natureza
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e,sonhando,as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza
Ó almas presas,mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas
Da Dor no calabouço,atroz,funéreo!
Nesses silêncios,solitários, graves
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do Mistério?!
Cruz e Sousa.
Os mortos
Ao menos junto aos mortos pode a gente
Crer e esperar n'alguma suavidade:
Crer no doce consolo da saudade
E esperar do descanso eternamente.
Junto aos mortos,por certo, a fé ardente
Não perde sua claridade
Cantam as aves do céu da intimidade
Do Coração mais indiferente
Os mortos dão-nos paz imensa à vida
Dão a lembrança vaga,indefinida
Dos seus feitos gentis,nobres,altivos.
Nas lutas vãs do tenebroso mundo
Que os mortos são ainda o bem profundo
Que nos faz esquecer o horror dos vivos.
Cruz e Sousa
Crer e esperar n'alguma suavidade:
Crer no doce consolo da saudade
E esperar do descanso eternamente.
Junto aos mortos,por certo, a fé ardente
Não perde sua claridade
Cantam as aves do céu da intimidade
Do Coração mais indiferente
Os mortos dão-nos paz imensa à vida
Dão a lembrança vaga,indefinida
Dos seus feitos gentis,nobres,altivos.
Nas lutas vãs do tenebroso mundo
Que os mortos são ainda o bem profundo
Que nos faz esquecer o horror dos vivos.
Cruz e Sousa
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