sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mal do século

Mal do século

Um poeta cantor já disse:

- "O Mal do Século é a solidão, cada um de nós imersos em sua própria
arrogância esperando por um pouco de afeição..."


Solidão da noite
Do dia
Da madrugada
Solidão da tarde
Dos quartos
Das esquinas

Solidão da vida
Do destino
Da alma em abismo
Vazia esperando
Pelos beijos que não vieram
Pelos braços que não se abraçaram
Pela morte que ainda vem

Solidão do poeta
Dos poemas
Das musas
Do silêncio
Da agitação

Solidão do mundo
Do fundo do poço
Do jovem moço
Do velho arcaico
Do período Jurássico
Do racismo em chamas

Solidão da arrogância
Da fama
Do anonimato
Solidão de fato
Do sexo solitário
Das leis duras
Do rebelde arbitrário

Solidão do som
Da ausência de amor
Do rancor
Do perfil da lama

Solidão de tudo
Do homem mudo
Do cego que vagueia
Da mulher que não lhe tolera

Assim...
Solidão demais
Solidão que atrai
Do nada que trai
Apenas solidão demais

Esse mal
Essa tal de solidão
Que vem
Que vai
Que fica
Que mortifica
Solidão demais

Estamos sozinhos
Pássaros sem ninho
Trancados em mundinhos
Esperando que a solidão se vá

Que a dor não seja má
Que o ontem seja hoje
Que o hoje seja o amanhã
E o futuro seja apenas solidão

Solidão do dogma
Da prisão da mente
Solidão que de repente
Faz-se ausente
E apenas por um instante
Por um mísero instante
Faz-me chorar

 Paulo Nieri

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