domingo, 10 de junho de 2012

Os mortos

Ao menos junto aos mortos pode a gente
Crer e esperar n'alguma suavidade:
Crer no doce consolo da saudade
E esperar do descanso eternamente.

Junto aos mortos,por certo, a fé ardente
Não perde sua claridade
Cantam as aves do céu da intimidade
Do Coração mais indiferente

Os mortos dão-nos paz imensa à vida
Dão a lembrança vaga,indefinida
Dos seus feitos gentis,nobres,altivos.

Nas lutas vãs do tenebroso mundo
Que os mortos são ainda o bem profundo
Que nos faz esquecer o horror dos vivos.

Cruz e Sousa

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