segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DE PROFUNDIS

Há um restolhal, onde cai uma chuva negra.
Há uma árvore marrom;ali solitária.
Há um vento sibilante, que rodeia cabanas vazias.
Como é triste o entardecer

Passando pela aldeia
A terra órfã recolhe ainda raras espigas.
Seus olhos arregalam-se redondos e dourados no crepúsculo,
E seu colo espera o noivo divino.

Na volta
Os pastores acharam o doce corpo
Apodrecido no espinheiro.

Sou uma sombra distante de lugarejos escuros.
O silêncio de Deus
Bebi na fonte do bosque.

Na minha testa pisa metal frio
Aranhas procuram meu coração.
Há uma luz, que se apaga na minha boca.

À noite encontrei-me num pântano,
Pleno de lixo e pó das estrelas.
Na avelãzeira
Soaram de novo anjos cristalinos.

Georg Trakl.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Vento,leva-me de volta

Queria que por um momento parar o tempo,
Andar milhas em uma simples passada,
Sentir o calor do corpo teu,já que o meu sente o frio
Queria que distância que existe agora,fosse dos teus lábios longe dos meus,
Mas não preucupa-te,anjo meu
Meu anjo,se eu demorar a chegar,é porque o tempo é cruel demais para quem sabe esperar
E quando acordar,será no meu colo,afagando-te e amando-te,como jamais amei.

Dedico a Juliana,anjo meu.
Rel de Lima 27/10/2011.

domingo, 23 de outubro de 2011

Um dia

Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa, como pensa muito mais nela...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como o bonzinho não é bom...
Um dia percebemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em ti...
Um dia saberemos a importância da frase:
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!!
Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas aí já é tarde demais...
Enfim... Um dia descobrimos que apesar de viver quase cem anos, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

Mario Quintana.

Os Mortos

Ao menos junto aos mortos pode a gente
Crer e esperar n'alguma suavidade:
Crer no doce consolo da saudade
E esperar do descanso eternamente.

Juntos aos mortos, por certo, a fé ardente
Não perde sua viva claridade;
Cantam as aves do céu na intimidade
Do Coração mais indiferente

Os mortos dão-nos paz imensa à vida,
Dão a lembrança vaga, indefinida
Dos seus feitos gentis, nobres, altivos.

Nas lutas vãs do tenebroso mundo
Os mortos são ainda o bem profundo
Que nos faz esquecer o horror dos vivos.

Cruz e Souza.

Adeus Meus Sonhos

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto...
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?!... morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!

Álvarez de Azevedo.

Desânimo

Estou agora triste. Há nesta vida
Páginas torvas que se não apagam,
Nódoas que não se lavam... se esquecê-las
De todo não é dado a quem padece...
Ao menos resta ao sonhador consolo
No imaginar dos sonhos de mancebo!

Oh! voltai uma vez! eu sofro tanto!
Meus sonhos, consolai-me! distraí-me!
Anjos das ilusões, as asas brancas
As névoas puras, que outro sol matiza.
Abri ante meus olhos que abraseiam
E lágrimas não tem que a dor do peito
Transbordem um momento...

E tu, imagem,
Ilusão de mulher, querido sonho,
Na hora derradeira, vem sentar-te,
Pensativa e saudosa no meu leito!
O que sofres? que dor desconhecida
Inunda de palor teu rosto virgem?
Por que tu'alma dobra taciturna,
Como um lírio a um bafo d'infortúnio?
Por que tão melancólica suspiras?

Ilusão, ideal, a ti meus sonhos,
Como os cantos a Deus se erguem gemendo!
Por ti meu pobre coração palpita...
Eu sofro tanto! meus exaustos dias
Não sei por que logo ao nascer manchou-os
De negra profecia um Deus irado.
Outros meu fado invejam... Que loucura!
Que valem as ridículas vaidades
De uma vida opulenta, os falsos mimos
De gente que não ama? Até o gênio
Que Deus lançou-me à doentia fronte,
Qual semente perdida num rochedo,
Tudo isso que vale, se padeço!

Nessas horas talvez em mim não pensas:
Pousas sombria a desmaiada face
Na doce mão e pendes-te sonhando
No teu mundo ideal de fantasia...
Se meu orgulho, que fraqueia agora,
Pudesse crer que ao pobre desditoso
Sagravas uma idéia, uma saudade...
Eu seria um instante venturoso!

Mas não... ali no baile fascinante,
Na alegria brutal da noite ardente,
No sorriso ebrioso e tresloucado
Daqueles homens que, pra rir um pouco,
Encobrem sob a máscara o semblante,
Tu não pensas em mim. Na tua idéia
Se minha imagem retratou-se um dia
Foi como a estrela peregrina e pálida
Sobre a face de um lago...

Álvarez de Azevedo.

O Morcego- Augusto dos Anjos(Voz-Othon Bastos.)

O Morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

"Vou mandar levantar outra parede..."
- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!

Augusto dos Anjos.

Psicologia de um Vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.


Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.


Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,


Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Augusto dos Anjos.

E agora José?- Carlos Drummond de Andrade( Por Paulo José)

The Black Cat - Edgar Allan Poe

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Se não tinha motivos para ser feliz,
Agora é que não tenho mais mesmo...
A esperança que para mim,ontem ou hoje,sempre foi utópica
Procure virar-me as costas,antes que o mais frio em mim desperte-se
Siga a tua vida,
Esqueça meu rosto,minha voz e minhas vestes

Apague...Encaixe tudo o que eu disse
E coloque no mais fundo de teu subconsciente
Acredite,será melhor assim...

Desapareça espiritualmente de meu quarto,
Deixe-me dormir
Engula suas desculpas fracas
Tolo eu,em esperar-te

Quisestes ficar comigo,enquanto troca carícias com outro
Esperava tal atitude de selvagens machistas
Dope-se...Porque assim,tudo o que eu escrevi agora,será apenas o efeito do simultâneo.
E quando acordar,já terei ido embora.

Rel de Lima 21/10/2011.

O tropeço do descuidado

De tão entalado de paixão,descuidei-me e cai
Formulei planos,magoei fulanos e Beltrano
Não dormi por várias noites,fumando pelos cantos
E por míseros momentos,não percebi

Agora acordo dolorido deste transe ofegante
Ralar os joelhos em uma queda,arde menos
Dos rascunhos para o nosso,o vazio é extenso
Resenha torta,falha,dor que vem não tão distante

Deste tropeço,o mais débil caiu
Sair do sono e perceber: que Amor vil!
Saliente será as chagas em meu coração

Nojo agora destas lágrimas purulentas
Repulsão pelo o que fizestes sentir
Tédio,desilusão,ódio que agora vinga em mim.

Rel de Lima 21/10/2011.

Love is colder than death - Poesie Noire

Chega um tempo
Em que pedir desculpas não funciona
Em que dizer te amo é um habito
Em que eu me canso de você e eu
Em que o ódio toma conta e o amor se perde

Houve um tempo
Em que eu desisti da minha vida e da sua
Para viver uma vida que não durou
Uma vida de doar e receber se tornou
Uma vida de atuar e fingir

O amor é mais frio
O amor é mais frio que a morte
O amor é mais frio
Mais frio que a morte

Agora é a hora
De parar com esse controle constante
De acabar com essa rotina
De lavar seu cheiro da minha pele
De tirar você da minha pele

O amor é mais frio que a morte

Twenty Four Hour- Joy Division

Então isso é a permanência - orgulho despedaçado do amor
O que uma vez foi inocência, perdeu sua vez
Uma nuvem para sobre mim, marca cada movimento
Fundo na memória do que uma vez foi amor

Oh como eu compreendi, como eu queria tempo
Colocar em perspectiva, tentei tanto encontrar
Só por um instante pensei que encontraria meu caminho
O destino desvendado eu vi escapar

Luzes em excesso, além de todo o alcance
Pedidos solitários por tudo que eu gostaria de guardar
Vamos dar uma volta, ver o que podemos encontrar
Uma coleção sem valor de esperanças e desejos antigos

Eu nunca percebi a distância que teria que percorrer
Todos os lados obscuros de um sentido que eu não conhecia
Só por um segundo ouvi alguém chamar
Olhei para o futuro e não havia absolutamente nada

Agora que eu percebi como tudo está dando errado
Tenho que fazer uma terapia, tratamentos demoram muito
No cerne onde a simpatia dominou
Tenho que achar meu destino antes que seja tarde demais

Atmosphere-Joy Division

Andar em silêncio
Não vá embora em silêncio
Veja o perigo
Sempre o perigo
Conversa infinita
Reconstrução da vida
Não vá embora

Andar em silêncio
Não dê as costas em silêncio
Sua confusão
Minha ilusão
Destruindo-se como uma máscara de ódio-próprio
Confronta e, então, morre
Não vá embora

Pessoas como você acham fácil
Despidas para ver
Andando no ar
Caçando pelos rios
Através das ruas
Em cada esquina tão cedo abandonada
Colocadas com o devido cuidado
Não vá embora em silêncio
Não vá embora

Dentre a máscara do carrasco

Se ontem,ou nos minutos que acabaram de passar,
Entorpecido estava pela felicidade
Pois agora vem a Bad Trip
E a tal abstinência de sorrir de novo,já não é tão forte como antes fora
Fui o carrasco de ontem,a guilhotina que decepou e silenciou aqueles e aquelas
Que desgraçadamente sentiram algo pelo meu decrépito ser frio e cruel

Guardei as flores de meu amor para quem longe estava de meus afagos,
E para aqueles que estavam distancias de mim,mimei-os com espinhos,
Com o Não seco,que conseguia arrancar de minha goela ressecada
E tão estupidamente,- foram maléficos- os meus atos
Que agora,nesta noite e no novo amanhecer
Acaberei sozinho,
Assistindo cada pétala das mesmas flores
Caírem e ressecarem,para quem sabe assim,eu possa provar de meu próprio veneno

Não quero reconhecimentos ou louros pelo o que escrevo ou escrevi
Muito menos a compaixão e pena de terceiros,
Que por algum momento,pararam e leram estas fracas palavras que canalhamente escrevi

O que agora preciso,é só esperar que a tristeza guardada na gaveta de minhas meias,
Volte a penetrar cada poro de meu corpo
E a lágrima que deixei de cair nas minhas vestes,volte a proporcionar-me o mais inquietante frio
Esta madrugada,que ao meu ver,irá demorar a passar...

Rel de Lima 21/10/2011.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Podei

Por mais que tentasse envolver-me
Não consigo sentir mais aquele afeto
Sentia e sinto apenas o instantâneo
Raras exceções foram capazes de fazer-me sentir outra vez

E por incrível que pareça,sinto-me bem,sozinho
A alegria e outras coisas que tanto esperava sentir com alguém
Agora presenteia-me neste momento meu-Ímpar
Reconheço agora- e sei - Que machuco mais assim
Acredite,em poucos casos sinto pena e arrependo-me

Peço que reconheça,que em momentos ao léu
Bate em mim,a saudade de poder amar alguém
Mas basta acender um cigarro perto da janela,ou seja lá onde for
Que tamanha abstinência,deriva no meio de meus tragos

Não peço e não quero voltar ao ontem
Se sou frio e solitário,é porque não sou tão hipócrita assim.

Rel de Lima 20/10/2011.

Fados da desgraça

Viu?  O que tanto confortava-te,agora sumiu
Frenéticos,alucinantes sorrisos,que ontem sentiu
Agora extinto de tua face,medíocre Amor vil
Desleixado fostes quando no beijo,o doce era febril

Consegues só agora,sentir tamanha asfixia sentimental
Onde está a simulada felicidade? Que de inocente não era tão mal
Percebes tamanha desgraças,quando ela vira-te as costas
Ébrio,eram os beijos,palavras,carícias perversas e tortas

Não reprimas estas chagas que querem cair de teus olhos
O inverso da alegria,aos poucos penetra nos poros
As tuas súplicas,não serão o bastante para evitar tal mancha

Já era de se esperar,o beijo transformar-se em veneno
As lembranças,profunda dor que vem e não se cansa
Acostuma-te daqui por diante,ao teu íntimo desalento.

Rel de Lima 20/10/2011.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Infeliz

Infeliz eu,desgraça mundana fiel
Que de tanto querer amor e amar
Acabei ficando apenas com fel
Que hoje é tarde para lamentar


Puto,vadio contínuo,demente imundo
Se já tinhas a tristeza em teu coração
Caístes no mais turvo e profundo
Sentimento forçado,chamado paixão

Os beijos,agora ressecam a boca
Fermenta o sangue,agora impuro
Confundem a mente,a deixando louca

Agora a solidão fala em murmúro
Que ontem,vivi a sorrir e a amar
E agora,acostumo-me a prantear.

Rel de Lima 14/10/2011.

O réquiem das cigarras

Agarradas nos troncos ressecados,agora molhados
Inúmeras cigarras cantam
Zumbido ensaiado e ao mesmo tempo desconcertado
Cascas secas,folhas mortas
Galhos quebrados,chuva fina

O Réquiem das cigarras,anuncia a tempestade
Vento gritante,
Frio cortante e constante
Nada de maestro

Andar por entre as árvores
Escutar tal barulho inquietante
Acender meu cigarro
E esperar o canto das cigarras.

Rel de Lima 14/10/2011.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Beije-me cowboy - Arte no escuro

Quebre meus ossos
Preste atenção
Ame-me
Beije-me cowboy
rasgue suas pernas
beije minha boca
beije-me cowboy
olhe esses quartos
tapetes sujos
e as janelas
vidros quebrados
olhe aqueles olhos
aqueles olhos negros
e no espelho
no espelho teu corpo vejo
as paredes brancas
espere por mim
espere
espere por mim
prostitutas
travestis
face a face
beije-me cowboy
raspe suas pernas
pegue meu quadril
ame-me
beije-me cowboy
ame-me, beije-me
ame-me, mas puxe o gatilho

O sofrimento

O sofrimento,
Nada sabes sobre o sofrimento
Tú não sabes o que é sofrer
Tú não conheces o grito de um sofrido


Nada importa,
Você já não se importa

Você ainda vem me falar sobre a vida
Ah,se tú soubesse o que é a vida
Eu me calaria diante a tua voz


Ah se tú soubesse o que é o sofrimento
Você saberia descrevê-lo olhando em meus olhos
Nada resta,
Só sofrimento de dias vazios
Sem esperanças...


Regina 11/10/2011.

O escaravelho ilusionista

O desaparecimento de uma nódoa

Quero no mais alto tasco,atar a velha corda
Entrelaçar meu pescoço e dali saltar
Quero quebrar os ossos,
Sentir a bala dolorosamente,apagar minha memória

Desliza a navalha em minha jugular
Em um banho sanguinário
Aguardar o último pulsar

Irei dopar-me com coquetel de remédios
Definhar a espera de meu último suspiro
Vida! Víbora peçonhenta

Mergulhar,irei sim ao arrependimento
O Vale dos suicídas agora recebe-me
O inferno que aqui,todos desconhecem
Agora choro,pois os anjos outrora merecem morrer...

Rel de Lima 12/10/2011.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Moscas

Moscas zombeteiras,
Que voam ao longe
Que pousam no café frio derramado

Moscas,sujas
Repousam,
Comem,
Transam,no monte fecal

Moscas...Moscas
Matriz do zumbido
Que alimentam-se e reproduzem
No pedaço pútrico da carne

Moscas,que beijam a boca do cadáver
Moscas que pousam na sopa
Mosca morta no recheio do pão.

Rel de Lima 11/10/2011.

Cobertor de mámore

O fim chegou,adormeceu o corpo meu
Em volta,rostos  desfigurados pela dor e lágrimas
Dedos entrelaçados,pálidos
Rosto frio,olhos e boca cor escura

Das coroas ali presenteadas,nenhuma para reinar
As velas,esta noite não servirão para ajudar a compor outra poesia
As flores que-logo estas que sempre foram o desprezo mor- Agora envolvem o todo
O que tanto doeu um dia,agora é posto embaixo de um cobertor de mámore.

Rel de Lima 11/10/2011.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O sujo e febril

Febril e demente foi aquele beijo
Venenoso e confuso ardente desejo
Amor frio,longe como o cósmico
Algo génerico,podre e ilógico

Não me ame,não deseje-me
Sou o gosto futuramente de teu fel
O jardinero de teu campo seco,floral
Que sova a terra,esquecendo aquele mal

Fugaz,sepulto vivo aquela memória
Não quero méritos,reconhecimento ou glória
Quero ser esquecido,e ir embora

Guarde tuas lágrimas contigo
Acenda um cigarro,e beba vinho
E traga-me um cobertor de espinho.

Rel de Lima 08/11/2011.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A ingratidão do Amor

Para o amor,dei-lhe mais de uma flor
E em troca recebi pontiagudos espinhos
Abri o sorriso febril,para agora emudecer em dor
Ah! Como fui patético ao afagar-te com meus carinhos

E todo aquele amor,o tempo que perdi
Mirabolando planos ectoplasmáticos febris
Ébrio Eu,nestes sujos afetos infantis
Quando cegava-me,de tão alto cai

Depois de beber-me,tragar-me e cuspir-me
A ingratidão do Amor aparece
Semeou aos poucos,esta dor que veio lacerar-me

Noites em claro,sujo enlouquece
Quando no êxtase do amor,Ícaro parece
Querendo voar mais alto,minhas asas derretem.

Rel de Lima 05/10/2011.