domingo, 23 de outubro de 2011

Os Mortos

Ao menos junto aos mortos pode a gente
Crer e esperar n'alguma suavidade:
Crer no doce consolo da saudade
E esperar do descanso eternamente.

Juntos aos mortos, por certo, a fé ardente
Não perde sua viva claridade;
Cantam as aves do céu na intimidade
Do Coração mais indiferente

Os mortos dão-nos paz imensa à vida,
Dão a lembrança vaga, indefinida
Dos seus feitos gentis, nobres, altivos.

Nas lutas vãs do tenebroso mundo
Os mortos são ainda o bem profundo
Que nos faz esquecer o horror dos vivos.

Cruz e Souza.

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