quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sinto o corpo pesado e trémulo
e aos poucos.minha mão vai adormecendo
pelos profundos cortes que necessitavam respirar em meus pulsos

Observo-me pelo espelho ensebado
levo minhas mãos ao rosto com a barba para fazer
aos poucos,minha alma e olhos são lavados por dentro
e como um maníaco viciado em amoníaco
solto a borboleta aprisionada
nas garrafas de minha triste adega

Que ali esteve enrolhada
enquanto deliciava-me com a imunda felicidade

E na hora grande da noite,
o galo canta,
o bode berra,
a lâmpada queima
e a luz de velas,sento-me nos meus aposentos

Visão turva
proporcionada pelos pequenos tragos

Meu ataque epilético sente a necessidade
de arrancar-se da prisão de meu corpo
e novamente caio no chão,
em movimentos de cólera incontrolável

Minhas lágrimas ardem em meu rosto
e depois de longos minutos
não sei ao certo,
via a imagem da morte chegando pela porta
encostando-se no canto
assistindo e gargalhando da pobre besta caída e ensanguentada
dentro do banheiro.

Rel de Lima 28/01/2011

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